Performance de piano: um breve histórico do assunto
4

Performance de piano: um breve histórico do assunto

Performance de piano: um breve histórico do assuntoA história da performance musical profissional começou naquela época em que surgiu a primeira peça musical escrita em notas. A performance é o resultado da atividade bidirecional do compositor, que expressa seu pensamento por meio da música, e do intérprete, que dá vida à criação do autor.

O processo de execução musical é cheio de segredos e mistérios. Em qualquer interpretação musical, duas tendências são amigas e competem: o desejo de pura expressão da ideia do compositor e o desejo de plena autoexpressão do virtuoso intérprete. A vitória de uma tendência leva inexoravelmente à derrota de ambas – que paradoxo!

Vamos fazer uma viagem fascinante pela história do piano e da execução do piano e tentar traçar como o autor e o intérprete interagiram ao longo das épocas e séculos.

Séculos XVII-XVIII: Barroco e classicismo inicial

Nos tempos de Bach, Scarlatti, Couperin e Handel, a relação entre intérprete e compositor era quase de coautoria. O artista tinha liberdade ilimitada. O texto musical poderia ser complementado com todos os tipos de melismas, fermatas e variações. O cravo com dois manuais foi usado sem piedade. O tom das linhas de baixo e da melodia foi alterado conforme desejado. Aumentar ou diminuir esta ou aquela parte em uma oitava era uma questão de norma.

Os compositores, contando com o virtuosismo do intérprete, nem se preocuparam em compor. Depois de assinarem com baixo digital, confiaram a composição à vontade do intérprete. A tradição do prelúdio livre ainda vive em ecos nas cadências virtuosas dos concertos clássicos para instrumentos solo. Uma relação tão livre entre compositor e intérprete até hoje deixa sem solução o mistério da música barroca.

Final 18th século

Um avanço na performance do piano foi o aparecimento do piano de cauda. Com o advento do “rei de todos os instrumentos”, começou a era do estilo virtuoso.

L. Beethoven trouxe toda a força e poder de sua genialidade para o instrumento. As 32 sonatas do compositor são uma verdadeira evolução do piano. Se Mozart e Haydn ainda ouviam instrumentos orquestrais e coloraturas operísticas no piano, então Beethoven ouvia piano. Foi Beethoven quem quis que seu piano soasse do jeito que Beethoven queria. Nuances e matizes dinâmicos apareceram nas notas, marcadas pela mão do autor.

Na década de 1820, surgiu uma galáxia de intérpretes, como F. ​​Kalkbrenner, D. Steibelt, que, ao tocar piano, valorizavam o virtuosismo, o choque e o sensacionalismo acima de tudo. O barulho de todos os tipos de efeitos de instrumentos, na opinião deles, era o principal. Para a autoexibição, foram organizadas competições de virtuosos. F. Liszt apelidou apropriadamente esses artistas de “a irmandade dos acrobatas do piano”.

Romântico do século 19

No século XIX, o virtuosismo vazio deu lugar à autoexpressão romântica. Compositores e intérpretes ao mesmo tempo: Schumann, Chopin, Mendelssohn, Liszt, Berlioz, Grieg, Saint-Saens, Brahms – levaram a música a um novo nível. O piano tornou-se um meio de confessar a alma. Os sentimentos expressos através da música foram registrados detalhadamente, de forma meticulosa e altruísta. Tais sentimentos começaram a exigir um tratamento cuidadoso. O texto musical tornou-se quase um santuário.

Aos poucos, surgiu a arte de dominar o texto musical do autor e a arte de editar notas. Muitos compositores consideraram um dever e uma questão de honra editar obras de gênios de épocas passadas. Foi graças a F. Mendelssohn que o mundo conheceu o nome de JS Bach.

O século 20 é um século de grandes conquistas

No século XX, os compositores direcionaram o processo de execução para a adoração inquestionável do texto musical e da intenção do compositor. Ravel, Stravinsky, Medtner, Debussy não apenas publicaram detalhadamente qualquer nuance nas partituras, mas também publicaram declarações ameaçadoras em periódicos sobre artistas inescrupulosos que distorceram as grandes notas do autor. Por sua vez, os performers afirmaram com raiva que a interpretação não pode se tornar um clichê, isso é arte!

A história da execução do piano passou por muita coisa, mas nomes como S. Richter, K. Igumnov, G. Ginzburg, G. Neuhaus, M. Yudina, L. Oborin, M. Pletnev, D. Matsuev e outros provaram sua criatividade que entre Não pode haver rivalidade entre compositor e intérprete. Ambos servem à mesma coisa – Sua Majestade Música.

Deixe um comentário