Eduardo William Elgar |
Compositores

Eduardo William Elgar |

Edward Elgar

Data de nascimento
02.06.1857
Data da morte
23.02.1934
Profissão
compor
País
Inglaterra

Elgar. Concerto para violino. Allegro (Jascha Heifetz)

Elgar… está na música inglesa o que Beethoven está na música alemã. B. Shaw

E. Elgar – o maior compositor inglês da virada dos séculos XIX-XX. A formação e o florescimento de suas atividades estão intimamente ligados ao período de maior poder econômico e político da Inglaterra durante o reinado da rainha Vitória. As conquistas técnicas e científicas da cultura inglesa e as liberdades democrático-burguesas firmemente estabelecidas tiveram uma influência frutífera no desenvolvimento da literatura e da arte. Mas se a escola literária nacional da época apresentava as figuras notáveis ​​de C. Dickens, W. Thackeray, T. Hardy, O. Wilde, B. Shaw, então a música estava apenas começando a reviver depois de quase dois séculos de silêncio. Entre a primeira geração de compositores do Renascimento inglês, o papel mais proeminente pertence a Elgar, cuja obra reflete vivamente o otimismo e a resiliência da era vitoriana. Nisso ele está perto de R. Kipling.

A terra natal de Elgar é a província inglesa, o bairro da cidade de Worcester, não muito longe de Birmingham. Tendo recebido suas primeiras aulas de música de seu pai, organista e dono de uma loja de música, Elgar se desenvolveu de forma independente, aprendendo na prática os fundamentos da profissão. Somente em 1882 o compositor passou nos exames da Royal Academy of Music de Londres na aula de violino e nas disciplinas teóricas musicais. Já na infância, ele dominou muitos instrumentos – violino, piano, em 1885 substituiu seu pai como organista da igreja. A província inglesa naquela época era a fiel guardiã das tradições musicais nacionais e, antes de tudo, corais. Uma enorme rede de círculos e clubes amadores manteve essas tradições em um nível bastante alto. Em 1873, Elgar iniciou sua carreira profissional como violinista no Worcester Glee Club (sociedade coral), e a partir de 1882 trabalhou em sua cidade natal como acompanhador e regente de uma orquestra amadora. Durante esses anos, o compositor compôs muita música coral para grupos amadores, peças para piano e conjuntos de câmara, estudou obras de clássicos e contemporâneos e atuou como pianista e organista. Do final dos anos 80. e até 1929, Elgar vive alternadamente em diferentes cidades, incluindo Londres e Birmingham (onde leciona na universidade por 3 anos), e completa sua vida em sua terra natal – em Worcester.

O significado de Elgar para a história da música inglesa é determinado principalmente por duas composições: o oratório The Dream of Gerontius (1900, no St. J. Newman) e as Variações sinfônicas sobre um tema enigmático (Enigma Variations {Enigma (lat. ) – um enigma. }, 1899), que se tornou o auge do romantismo musical inglês. O oratório “The Dream of Gerontius” resume não apenas o longo desenvolvimento dos gêneros cantata-oratório na obra do próprio Elgar (4 oratórios, 4 cantatas, 2 odes), mas em muitos aspectos todo o caminho da música coral inglesa que precedeu isto. Outra característica importante do Renascimento nacional também se refletiu no oratório – o interesse pelo folclore. Não é por acaso que, depois de ouvir “The Dream of Gerontius”, R. Strauss fez um brinde “à prosperidade e sucesso do primeiro progressista inglês Edward Elgar, o mestre da jovem escola progressista de compositores ingleses”. Ao contrário do oratório Enigma, as variações lançaram a pedra fundamental do sinfonismo nacional, que antes de Elgar era a área mais vulnerável da cultura musical inglesa. “As variações do enigma atestam que na pessoa de Elgar o país encontrou um compositor orquestral de primeira grandeza”, escreveu um dos pesquisadores ingleses. O “mistério” das variações é que os nomes dos amigos do compositor são criptografados nelas, e o tema musical do ciclo também fica oculto. (Tudo isso lembra as “Esfinges” de “Carnaval” de R. Schumann.) Elgar também é dono da primeira sinfonia inglesa (1908).

Entre outras inúmeras obras orquestrais do compositor (aberturas, suítes, concertos, etc.), destaca-se o Concerto para Violino (1910), uma das composições mais populares do gênero.

A obra de Elgar é um dos fenômenos marcantes do romantismo musical. Sintetizando influências nacionais e europeias ocidentais, principalmente austro-germânicas, traz as características de direções lírico-psicológicas e épicas. O compositor faz amplo uso do sistema de leitmotivs, no qual se sente claramente a influência de R. Wagner e R. Strauss.

A música de Elgar é melodicamente encantadora, colorida, tem uma característica brilhante, em obras sinfônicas atrai habilidade orquestral, sutileza de instrumentação, manifestação de pensamento romântico. Até o início do século XX. Elgar ganhou destaque europeu.

Entre os intérpretes de suas composições estavam músicos de destaque – o maestro H. Richter, os violinistas F. Kreisler e I. Menuhin. Muitas vezes falando no exterior, o próprio compositor ficava no estande do maestro. Na Rússia, os trabalhos de Elgar foram aprovados por N. Rimsky-Korsakov e A. Glazunov.

Após a criação do Concerto para Violino, a obra do compositor declinou gradualmente, apenas nos últimos anos de sua vida sua atividade reviveu. Ele escreve uma série de composições para instrumentos de sopro, esboça a Terceira Sinfonia, o Concerto para Piano, a ópera A Dama Espanhola. Elgar sobreviveu à sua glória, no final de sua vida seu nome se tornou uma lenda, um símbolo vivo e orgulho da cultura musical inglesa.

G. Zhdanova

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